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Blockchain: uma estratégia de negócios para as organizações

Ingrid Barth, Founder da Cosmos Blockchain, fala sobre a adoção da blockchain no mundo corporativo e no dia a dia dos consumidores

 

Por *Bianca Borges

 
Recentemente, a Blockchain foi apontada como uma das 10 tendências tecnológicas para 2019 pelo Gartner. O relatório da empresa prevê que as organizações vão, cada vez mais, adotar a blockchain em algum momento dos seus negócios. Para falar sobre o desenvolvimento e a evolução dessa tecnologia, Ingrid Barth, Founder da Cosmos Blockchain, esteve presente na Digital Misson SP, evento promovido pelo Digitalks, empresa que pertence ao mesmo grupo da Blockmaster, que aconteceu essa semana.

 

Ingrid Barth, Founder da Cosmos Blockchain, fala sobre a adoção da blockchain no mundo corporativo e no dia a dia dos consumidores

 

A executiva começou sua palestra explicando que a sociedade tem o costume de centralizar serviços e depositar confiança em empresas.

“A vida inteira a gente vai centralizando os nossos serviços e confiando nas empresas. Você confia em organizações que determinam a data de validade dos produtos, confia nos hospitais quando passa as suas informações, confia nas empresas de auditória, cartórios e instituições financeiras. Estamos o tempo todo centralizando serviços e confiando nessas instituições. [É importante lembrar que] Quando eu centralizo um serviço, eu estou transferindo o poder pra determinada empresa que nem sempre está agindo de boa fé, e isso tende a ser perigoso”.

Quando centralizamos serviços, também estamos compartilhando nossas informações. Para as empresas esses dados são muito valiosos, afinal, quanto mais informação uma organização tem sobre determinada pessoa, mais produtos ou serviços personalizados consegue oferecer.

 

A crise de confiança que gerou o Bitcoin

Hoje depositamos muita confiança nas empresas compartilhando nossas informações e dados, mas será que essa nossa segurança não está ameaçada?

Ingrid contou  ao público, presente na Digital Mission SP, que um dos motivos que inspirou a criação do Bitcoin, moeda que utiliza a tecnologia de blockchain, foi justamente a falta de confiança gerada pela crise econômica nos EUA em 2008.

O projeto do Bitcoin foi criado por alguém que utiliza o pseudônimo de Satoshi Nakamoto, mas não teve sua identidade revelada. O intuito aqui era “ter a possibilidade de transferir de pessoa pra pessoa uma quantia sem ter a necessidade de uma instituição moderadora dessa transação”, explicou a executiva.

Além da questão de transações sem intermediários, as criptomoedas, como o Bitcoin, resolvem o problema do gasto duplo, visto que, quem transfere o dinheiro não precisa arcar com custos da transação.

Outra vantagem da blockchain é que ela é imutável. Ingrid explica:

“Essa tecnologia é imutável porque, hoje, é humanamente impossível alterar qualquer coisa dentro do blockchain já que ele é criptografado. [Além disso] O blockchain não guarda arquivos, ele não é uma nuvem. Ele simplesmente é uma prova de autenticidade. Se você tentear alterar o documento,  ele vai gerar outra hash (algoritimo), por isso, também eu consigo saber quando um blockchain foi alterado ou não”.

 

Criptomoedas no dia a dia do consumidor

Durante a palestra, a Founder da Cosmos Blockchain, também chamou atenção para o fato de que a tecnologia de blockchain e as criptomoedas estão, aos poucos, se tornando presentes no dia a dia do consumidor e das empresas.

“Você pode aplicar mais a blockchain em pequenos processos do seu dia a dia”, comentou Ingrid.

Ela também deu exemplos de empresas que usam o blockchain para trazer facilidades para os clientes:

My Health Data: plataforma na qual você registra suas informações de exames, otimiza suas informações e disponibiliza para quem você quiser. Além disso, você recebe um benefício econômico se quiser vender seus dados para alguma fabricante de remédio.

BNDES Token: Esse é um exemplo da tecnologia blockchain utilizada junto a um órgão governamental. Trata-se de um blockchain aberto no qual é possível rastrear as transações feitas através de um token.

DOC. AI: app destinado a famílias que têm crianças com epilepsia. Por orientação médica, os pais precisam anotar o que a criança fez antes ter o ataque, quanto tempo durou o ataque e o que aconteceu depois. Para facilitar esse processo e criar uma base de dados relevante, tanto para as famílias quanto para os médicos, a empresa criou um projeto dentro de um blokchain aberto.

As famílias podem inserir esses dados solicitados pelos médicos dentro do blockchain. Esse projeto foi compartilhado com alguns cientistas de dados para que eles criassem padrões para os ataques de epilepsia. Se o cientista de dados desenvolve algo que faz sentido para determinada família ele também ganha por isso.

Essas são algumas das facilidades que a tecnologia de blockchain pode trazer para o dia a dia das pessoas, porém, ainda são necessárias melhorias.

A executiva deu o exemplo de transações de criptomoedas que utilizam a tecnologia.

“Quando a rede está boa demora uns 10 minutos, quando está ruim, pode durar até 7 horas para finalizar uma transação”.

Por conta disso, ainda não é todo estabelecimento que aceita pagamentos com as moedas digitais, por exemplo. Mas com a tecnologia em amplo desenvolvimento esse cenário tende a mudar e, assim como o Gartner preveu, o blockchain terá ainda mais relevância para as pessoas e para as empresas.

 

*Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Analista de Conteúdo na Blockmaster e no Digitalks, também tem experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos mas, atualmente, seu foco é o setor Digital.

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