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Meeting Blockmaster discute rumos e oportunidades do mercado de blockchain e criptomoedas

O  Meeting Blockmaster 2019, edição São Paulo que aconteceu no final de janeiro, reuniu um seleto grupo de profissionais para discutir de forma aberta as principais novidades e oportunidades do mercado de blockchain e criptomoedas. Foram duas horas de bate-papo descontraído e muito conteúdo relevante trazido pelos palestrantes presentes no evento.

Meeting Blockmaster reuniu especialistas do mercado de criptomoedas e blockchain na capital paulista

 

O primeiro especialista que subiu ao palco foi Marcelo Martins, CEO e Fundador da Swipe. Ele falou um pouco sobre o funcionamento do sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, desmentindo o mito de que o uso das criptomoedas pode aumentar a corrupção e a lavagem de dinheiro.

Imprimir papel é caro, fazer a logística é caro e o pior não é rastreável, diferente das transações com criptomoedas. Além disso, a maior parte da corrupção é feita em dinheiro vivo”, afirmou Martins.

O CEO também citou alguns benefícios dos pagamentos realizados por Bitcoin e outras criptomoedas:

“O pagamento com Bitcoin funciona a qualquer momento e é muito barato. Utilizando esse tipo de transação, eu posso permitir que pessoas sejam o seu próprio banco, sem intermediários e sem taxas”.

Além desse tema, assuntos como as diferenças entre ICOs e STOs, a questão da autenticação com hardware Wallet e a lavagem de dinheiro também foram debatidos. Rafael Steinfeld, advogado e CEO da Bitwolf, deu mais informações sobre esse último tópico durante sua palestra.

Não é tão simples lavar dinheiro utilizando criptomoedas, tanto pelo fato de que os recursos deverão entrar novamente no sistema financeiro tradicional (passando por todos os controles já existentes), quanto pelas próprias características intrínsecas da tecnologia blockchain, como transparência, imutabilidade e rastreabilidade. Desse modo, é importante que as autoridades brasileiras não tenham uma visão distorcida sobre a tecnologia, pois interpretações errôneas podem dificultar, ainda mais, a inovação e o crescimento econômico e tecnológico do Brasil”.

Quem também comentou sobre essa questão da lavagem de dinheiro  foi Luis Calado, economista e diretor-presidente da Brasiliex. O palestrante iniciou seu discurso relatando algumas curiosidades do conceito “lavagem de dinheiro“:

Nos anos 30, nos EUA, quando o Al Capone comprou uma  cadeia de lavanderias para dar origem ao dinheiro resultante do comércio de bebidas alcoólicas que passara a ser proibido pela Lei Seca. Lavagem de dinheiro tem a função de dar uma origem lícita à um dinheiro de origem ilegal”.

Ele provocou o público mostrando que o que é legal ou não, varia em função do tempo e localidade, como no exemplo da lei seca dos EUA e também lembrou o cenário que inspirou os criadores do Bitcoin a desenvolverem a moeda:

“O cenário de 2008, a crise mundial, a necessidade de um sistema de transação de valores ponto a ponto (P2P) sem a obrigatoriedade de terceiros ou bancos que estavam quebrando na época [inspiraram a criação do Bitcoin]. Contudo, hoje, o mercado cripto é centralizado em grandes Exchanges e OTCs e uma parcela muito pequena é feita através de P2 […].”.

O último speaker do Meeting Blockmaster foi Gustavo Figueroa, CEO da SocialBlocks. Figueroa mostrou aos participantes do evento como a tecnologia de blockchain pode transformar a vida de jovens carentes e criar novas oportunidades.

Antes de pensar na tecnologia em si, acredito que seja melhor pensar na ferramenta que ela representa. Todo acesso que possa ser disponibilizado a qualquer ferramenta, sempre dará uma alternativa para jovens de comunidades carentes, liderarem uma vida melhor e se empoderarem com conhecimento que abra portas. A Blockchain é uma tecnologia que traz principalmente transparência nos processos para os quais ela é usada, mas também dá a possibilidade de transacionar um a um sem a intervenção de terceiros, sem alguém capitalizando um serviço de intermediação ou colocando regras alheias ao propósito básico dessa interação entre duas pessoas de uma comunidade carente. 

Sendo assim, qualquer jovem que tenha acesso à esse conhecimento, somado à criatividade que as circunstâncias o fizeram desenvolver, trará certamente muita inovação à forma como seu dia a dia acontece, criando micro economias, redes e soluções na sua própria comunidade, baseados em transparência, agilidade e com regras muito mais próximas da sua realidade. O blockchain não vai transformar as vidas deles, senão a criatividade, somada ao contexto que vivem, usando essa e mais muitas outras ferramentas”, finalizou Figueroa.

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